O Governo Regional dos Açores e todos os seus dependentes têm demonstrado muita dificuldade em assumir que a herança que receberam do PS foi boa. Tão boa, que lhes permitiu baixar tarifas e aumentar o tamanho da administração pública.
O problema é que, entretanto, não foram capazes de gerir bem a herança que receberam, desperdiçaram-na em muitas ocasiões, e, fruto disso mesmo, vivemos uma situação muito complicada nos Açores. Bem sei que o Governo Regional preferia que o PS se mantivesse quedo e mudo, sorrindo e acenando, mas tal não será possível. Não vamos assistir impávidos às desculpas de mau pagador (literalmente) do Governo Regional, nem tão pouco vamos prescindir de explicar aos açorianos qual é a nossa opinião sobre o assunto e como faríamos diferente.
Assim, quando o Governo fala de credibilidade nos mercados financeiros, devia explicar, porque é que deixou de ir a esses mesmos mercados para se financiar e teve que pedir financiamento à República, com uma taxa de 3,5%?
A dívida pública aumentou mil milhões de euros em apenas 4 anos, enquanto no resto do país e Europa baixou. O que é que aconteceu por cá? Ninguém explica.
Porque é que o Governo utiliza um indicador de atividade económica, que o próprio Serviço Regional de Estatística considera que apenas serve como projeção do PIB, para embandeirar em arco e dizer que a economia está a crescer há 40 meses?
E, pior, porque é que o Governo usa ações do PS, como a execução a 100% do PO2020, para tirar méritos para si próprio?
Debater tudo isto, falar verdade aos Açorianos, não se compadece com meias conversas nem pode, em momento algum, ficar sujeito à intriga, ao diz que disse e às acusações pérfidas, que nos têm sido feitas nos últimos tempos. No entanto, como também já tive ocasião de dizer noutros fora, se for preciso que assim seja, se for preciso aceitarmos os insultos pessoais, que vão muito além do saudável debate político, estamos por cá, prontos e sem qualquer tipo de problema.
Sabemos muito bem de onde viemos, para onde vamos e, sobretudo, aonde queremos chegar e não compactuamos com meias-verdades. Já – mais do que uma vez – nos disponibilizamos para conversar e chegar a consensos. O Governo Regional prefere dialogar com outros. Está no seu direito. No entanto, será como diz o célebre ditado popular: “Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.”